Gilmar Mendes

Gilmar Mendes || Créditos: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Ministro do STF propõe renúncia de PMs, membros do Exército e do Ministério Público, sem possibilidade de retorno, em caso de carreira política

Mais falante dos “onze” do STF, Gilmar Mendes certamente não decepcionou seu entrevistador Jamil Chade, colaborador do portal UOL. Em entrevista publicada nesta quarta (23), o ministro falou sobre os atos de 8 de janeiro, a “vitalidade da democracia” brasileira e a “resiliência de nossas instituições”. Ele disse que, em comparação à invasão do Capitólio, “talvez estejamos muito mais adiantados”.

O ministro, que ensejou reportagem de capa da revista PODER no fim de 2019 – leia aqui –, usou a expressão “fuga para frente”, criticando a “politização” das PMs, com oficiais e outros membros das polícias militares concorrendo em eleições legislativas sem risco de perda de seus cargos. Gilmar sugeriu um mecanismo de renúncia unilateral para quem quiser enfrentar as urnas (eletrônicas):

“Quem quiser fazer carreira política, sair do Exército ou do Ministério Público, que se licencie e saia. Sem poder voltar. Isso seria fundamental e seria uma resposta para essa possibilidade de politização.”

Por fim, Gilmar disse que as Forças Armadas foram “muito lenientes” com Bolsonaro, na frase que virou a pérola dos motores de busca da entrevista.

“Não acredito que as Forças Armadas tenham se engajado num projeto de golpe. Mas é notório que foram muito lenientes com Bolsonaro. Se não quisermos ver outros exemplos, basta ver esse assentamento de pessoas na frente dos quartéis. Imaginemos que o MST quisesse fazer um assentamento diante de um quartel.”