Museu Britânico sofre com furtos em série e “prova do próprio veneno”

Amigos do alheio têm preferência por objetos greco-romanos bem menos glamourosos do que as colunas e estátuas da Acrópole ateniense abrigadas na instituição

British Museum || Crédito: CC/WikiCommons/Ham

O Museu Britânico, famoso por abrigar a pedra da Roseta e metade da Acrópole ateniense, entre outros tesouros histórico-arquitetônicos que foram pilhados, comprados ou contrabandeados por mercadores do Reino Unido, vem vivendo uma sequência de furtos, revelou a revista The Economist.

A preferência dos amigos do alheio é pelo conteúdo da sala 69, onde estão algumas joias greco-romanas de 1500 a.C. que não se destacam especialmente do resto do acervo. Aparentemente são objetos que não despertam tantas emoções quando desaparecidos – diferentemente dos blockbusters como a pedra da Roseta e os mármores do templo de Atena na Acrópole.

O venerável semanário cita em seu artigo Christos Tsirogiannis, da Unesco, que estuda tráfico de antiguidades. “Este é provavelmente o pior caso até agora. Ninguém espera que isso ocorra num museu.”

Tsirogiannis diz que o British “está provando de seu próprio remédio”. “Por séculos [museus como o British], coletaram objetos contra a vontade de outros países, que, frequentemente, consideram que esses itens foram roubados. Agora eles se veem sendo vítimas de roubo.”

Cerca de 1% do acervo do British está em exposição – e justamente essa fração é a que está em exposição permanente, caso das esculturas da Acrópole e da pedra da Roseta. Caso esses itens tivessem sido roubados, talvez não apenas o C-Level do British caísse. O primeiro-ministro britânico, também.