A Eletrobras, principal geradora e distribuidora de energia do país, privatizada no fim do governo Bolsonaro e criticada nominalmente por figuras de relevo de Lula 3 por conta da falha de energia que causou o apagão de terça (15), faz uso heterodoxo de suas redes sociais. Instagram, ex-Twitter e Linkedin passaram incólumes aos eventos momentosos da semana, mantendo como última postagem uma alusão ao dia dos pais.
Não foram poucas as citações à empresa ao longo da semana. Na própria terça (15), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), classificou-a como a grande geradora e distribuidora do Brasil, embora não tivesse a informação de que a falha acontecera num sistema operado pela Eletrobras. De qualquer forma, o ministro avançou, em entrevista coletiva, sobre a atípica situação de perda do controle decisório do governo sobre a companhia mesmo sendo o maior controlador acionário.
Na quarta (16), mais um petardo. A Procuradoria Geral da República decidiu acolher ação do governo que contesta justamente a perda de poder decisório da Eletrobras. Foi só nessa mesma quarta-feira que a empresa se manifestou, e assim mesmo ignorando as próprias redes sociais, mas numa nota de linguagem protocolar em seu site.
Ela reconhece que o problema que foi o gatilho do apagão aconteceu num “próprio” da empresa, uma linha de transmissão entre Quixadá e Fortaleza, no Ceará, por “atuação indevida do sistema de proteção”. E segue:
“Destaca-se que a manutenção dessa linha de transmissão está em conformidade com as normas técnicas associadas”.
E tira o corpo fora em seguida: “Ressalta-se que o desligamento da citada linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido. As redes de transmissão do SIN são planejadas pelo critério de confiabilidade “n-1”, de modo que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia.”