O escritor e líder indígena Ailton Krenak, autor dos livros Ideias para adiar o fim do mundo, A vida não é útil e Futuro Ancestral, revelou nesta quinta (17) ao jornalista Walter Porto, da Folha de S.Paulo, que pretende se candidatar à vaga aberta na Academia Brasileira de Letras com a morte, no domingo (13), do historiador José Murilo de Carvalho, antigo titular da cadeira número 5 da venerável instituição.
Embora seja uma liderança indígena respeitada pelo menos desde o fim dos anos 1980, quando teve participação dramática e memorável numa das sessões da Assembleia Constituinte, Krenak passou a ter sua voz amplificada com o rompimento da barragem da Vale e durante a Covid-19. Uma das ideias que tem o “trademark” de Krenak é a de que rios são parentes dos homens – o rio Doce, que recebeu os rejeitos da Vale, seria avô dos krenak.
O jornalista Porto lembrou que há dois anos outro escritor e liderança indígena, Daniel Munduruku, tentou a sorte na ABL, pleiteando a vaga do célebre crítico literário Alfredo Bosi. Deu ruim, e o autor de O karaíba foi derrotado pelo médico Paulo Niemeyer Filho.
Em 2021, Krenak foi entrevistado por Fernanda Grilo, de PODER, e revelou suas preferências literárias, filosóficas e estéticas. Relembre aqui.