Ata do Copom deixa claro que teto para cortes de juros é 0,50%

Torcida por aumento da velocidade do corte da taxa Selic nos próximos encontros do Copom deve murchar com documento revelado nesta terça (8)

Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil || Créditos: Raphael Ribeiro/BCB

Quem imaginava que o Comitê de Politica Econômica (Copom) do Banco Central poderia dar uma “despirocada” em suas próximas reuniões e aumentar ainda mais o ritmo do corte de juros recebeu um choque de realidade com a divulgação nesta terça (8) da ata da reunião da semana passada.

Aquela reunião, como se sabe, marcou o início do corte da taxa Selic em 0,50%, numa decisão apertada que contou com o voto decisivo do presidente do BC, Roberto Campos Neto, belzebu do petismo neste primeiro ano de Lula 3. Se Campos Neto não cerrasse fileiras pelo 0,50%, o resultado seria um corte de apenas 0,25% na taxa de juros anual.

A ideia de cortes mais agressivos nos próximos encontros do Copom — eles acontecem a cada 40 dias, aproximadamente — fica sepultada, contudo, ao menos se o teor da ata for levado em consideração. Diz o documento:

O Copom “julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes (…) Isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”, revela o documento.

“Avaliou-se ainda que não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta e que o cenário ainda inspira cautela, reforçando a visão de serenidade e moderação que o Comitê tem expressado.”