Quem imaginava que o Comitê de Politica Econômica (Copom) do Banco Central poderia dar uma “despirocada” em suas próximas reuniões e aumentar ainda mais o ritmo do corte de juros recebeu um choque de realidade com a divulgação nesta terça (8) da ata da reunião da semana passada.
Aquela reunião, como se sabe, marcou o início do corte da taxa Selic em 0,50%, numa decisão apertada que contou com o voto decisivo do presidente do BC, Roberto Campos Neto, belzebu do petismo neste primeiro ano de Lula 3. Se Campos Neto não cerrasse fileiras pelo 0,50%, o resultado seria um corte de apenas 0,25% na taxa de juros anual.
A ideia de cortes mais agressivos nos próximos encontros do Copom — eles acontecem a cada 40 dias, aproximadamente — fica sepultada, contudo, ao menos se o teor da ata for levado em consideração. Diz o documento:
O Copom “julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes (…) Isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”, revela o documento.
“Avaliou-se ainda que não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta e que o cenário ainda inspira cautela, reforçando a visão de serenidade e moderação que o Comitê tem expressado.”