O adesismo do PSDB parece ter limites. Embora seus deputados federais e senadores tenham apoiado alegremente as pautas reacionárias do governo anterior, em comportamento divergente com sua própria história — o que deve ter influenciado no emagrecimento radical das bancadas da sigla —, o partido refutou, em nota oficial, aderir à base de apoio do governo Lula.
Num fio no ex-Twitter, o partido marcou posição afirmando que “o atual governo do PT não tem promovido ações consistentes de reconciliação nacional, talvez porque, em sua essência, não queira, não saiba ou não consiga fazê-lo. Esta é uma das muitas divergências que temos com o PT e o que ele representa”.
O atual governo do PT não tem promovido ações consistentes de reconciliação nacional, talvez porque, em sua essência, não queira, não saiba ou não consiga fazê-lo. Esta é uma das muitas divergências que temos com o PT e o que ele representa. 👇
— PSDB 🇧🇷 (@PSDBoficial) August 2, 2023
E voltou à velha cantilena, aquela do PT como oposição raivosa. O adjetivo não foi usado aqui, mas voltaram os exemplos do voto do PT contra a Constituição, contra o Plano Real e pelo “Fora, FHC”.
A frustração de Lula, que pretende isolar o PL aproximando as demais siglas do governo, não deve ser muito grande. O PSDB, que já foi uma das maiores bancadas da Câmara Federal, hoje tem apenas 18 deputados. E dois senadores, considerando-se a federação feita com o Cidadania. O UB, que nesta quinta (3) faz festa por seu novo ministro do Turismo, o deputado federal licenciado Celso Sabino (PA) ,tem 59 deputados.
Cabe às novas lideranças do PSDB, os três governadores eleitos em 2022, o gaúcho Eduardo Leite à frente, tomar o leme do partido, sob pena dos tucanos entrarem na lista de aves em risco de extinção.