O ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, volta ao noticiário por conta de sua admissão, como sócio e chairman, na butique de investimentos Legend Capital, de Robert Justus e Sergio Salles. A empresa, que gere R$ 11 bi, é forte em gestão de patrimônio (“wealth”) e sua assessoria de investimentos tem vínculo com um banco de investimentos que, na origem, teve Guedes como fundador.
Qualquer ex-ministro da Fazenda “agrega” valor a uma empresa do eixo Faria Lima-Leblon, mas Guedes, por sua origem, é muito menos uma figura da administração pública do que do mercado. Aliás, com a administração pública ele demonstrou não ter intimidade alguma, tal qual seu ex-chefe, permitindo-se fazer declarações estapafúrdias e divulgar cálculos completamente disparatados.
Antes mesmo de entrar no governo ele já falava em fazer R$ 1 tri com venda de patrimônio imobilizado público, um erro grosseiro de pelo menos 11 vezes; muito pior foi com a despesa que ele previu com a Covid-19, de R$ 3 bi a R$ 5 bi, projeção que se mostrou pelo menos 100 vezes inferior ao necessário.