Parlamentares de direita protocolam pedido de impeachment contra Luís Roberto Barroso

Flávio Bolsonaro e Roberto Barroso || Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado/Carlos Moura/SCO/STF

Grupo capitaneado por senadores do PL Flávio Bolsonaro e Jorge Seif quer impedimento de ministro do STF por atuação político-partidária contra Jair Bolsonaro

Um grupo de parlamentares seguiu com o prometido e protocolou na manhã desta quarta-feira (19) pedido para que a presidência do Senado analise pedido de impedimento do ministro do STF, Luís Roberto Barroso. Barroso, como se sabe, disse em recente encontro nacional da UNE, usando o plural majestático, que “nós derrotamos o bolsonarismo”.

Em coletiva à imprensa para dar notícia do ato, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) referiu-se ao discurso de Barroso na UNE como “foto horrorosa”, figura de linguagem para mostrar que o ministro há tempos mantém atuação político-partidária, razão para o impedimento. “O filme de tudo que ele já havia fazendo nos últimos anos é de terror”, disse o senador. Flávio enumerou, a seguir, episódios em que Barroso teria trabalhado contra Jair Bolsonaro.

Estavam com “01” Bolsonaro o também senador Jorge Seif (PL-SC) e os deputados Carlos Jordy (PL-RJ), Professor Paulo Fernando (Rep) e Cabo Gilberto (PL-PB). Segundo o grupo, 15 senadores (21% da casa) e 70 deputados (13,6% da Câmara Federal) assinam o pedido.

Em ação preventiva durante a entrevista, 01 já tentou dar uma forçada retórica pelo aceite do pedido, que pode dormitar eternamente na gaveta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). É prerrogativa exclusiva dele apreciar a solicitação.

“Eu não vejo como, não há fundamento para se arquivar um pedido de impeachment do Barroso. Sinceramente, vai ter que ser uma ginástica muito grande ou um trator com muita força para simplesmente atropelar milhões de brasileiros que estão indignados com essa postura do Barroso”, disse.

Flávio ainda lembrou que Barroso assumirá em 2023 as presidências rotativas do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a aposentadoria compulsória de Rosa Weber, em outubro.

“Com que legitimidade o Barroso assume agora a presidência do Supremo? E com que moral o Barroso vai assumir a presidência do CNJ para punir magistrados que porventura tenham feito manifestações político-partidárias como a que ele fez?”