O compositor, pianista excepcional, acordeonista e cantor ocasional João Donato morreu nesta segunda-feira (17), aos 88 anos. Acreano, João surgiu já nos primórdios da bossa nova, impressionando com seu suíngue e capacidade rítmica ao piano, numa conexão direta com as escolas cubana e caribenha desse instrumento.
Prolífico, trabalhou sem descanso nos últimos tempos, tendo lançado da pandemia para cá dois discos surpreendentes, Síntese do Lance, em parceria com Jards Macalé — este repórter teve a felicidade de poder ver uma apresentação do duo em São Paulo –; e Serotonina, com parcerias inéditas com cantoras novas como Céu e nem tanto como Anastácia.
As contas oficiais do governo não se manifestaram, até às 11h desta segunda. O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) e de seu partido lamentaram. Boulos fez citação da frase da música A Paz, parceria de Donato com Gil: “Eu vim / Vim parar na beira do cais/ Onde a estrada chegou ao fim.”
“Eu vim, vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim”. João Donato se foi hoje aos 88 anos. Obrigado por tudo, grande maestro! pic.twitter.com/AMDv63mFwu— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) July 17, 2023
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Atualização: O presidente Lula se manifestou por volta de 11h20. Em longo tuíte, tributou João com conhecimento de causa (de seu ghost writer):
“Perdemos hoje um de nossos maiores e mais criativos compositores (…) João Donato via música em tudo. Inovou, passou pelo samba, bossa nova, jazz, forró e na mistura de ritmos construiu algo único. Manteve-se criando e inovando até o fim. Que encontre a paz que tanto cantou. Sua música permanecerá conosco.”