A Copa do Mundo de futebol feminino, que começa no próximo dia 20 e tem o primeiro jogo do Brasil marcado para a segunda-feira (24), está causando uma quebra, pode-se dizer, de paradigma nos costumes corporativos brasileiros.
Pela primeira vez, um grupo de empresas nacionais ou sediadas no país liberarão seus funcionários para assistir aos jogos do “escrete” fora do trabalho. A decisão foi muito influenciada, é verdade, pelos horários das partidas do torneio, sempre no começo da manhã ou no fim da madrugada, entre 5h e 7h. O mundial acontece na Austrália e Nova Zelândia, cujas metrópoles estão de 12 a 13 horas à frente no fuso horário.
Na fase de grupos, o Brasil tem dois jogos em dias úteis e um, contra a França, num sábado.
Nesta segunda-feira (17), a Haleon, spin-of da transnacional farmacêutica Glaxo, que produz a pasta de dentes Sensodyne, anunciou adesão ao esquema, mencionando como justificativa “engajamento interno em torno de valores dedicados à diversidade e equidade de gênero”.
A marca de dentifrício já é uma tradicional patrocinadora do futebol feminino brasileiro, presente em transmissões da Copa por TV aberta e pelo YouTube e também investindo no time de mulheres do Santos Futebol Clube.
Em resposta a PODER por e-mail, André Campos, diretor de Marketing da Haleon, disse que se os jogos fossem num horário mais ortodoxo, 14h, por exemplo, os funcionários seriam liberados do mesmo jeito. “Sim, seriam. Acreditamos que criar essa importância de ‘dentro de casa’ para fora deve ser o primeiro passo para sermos consistentes. Por isso, a Haleon aplicará a iniciativa de liberar os colaboradores no período dos jogos do Brasil na Copa do Mundo feminina”, disse.
O governo federal já havia anunciado, semana passada, que promoveria ponto facultativo nos dias dos jogos da Seleção.
O jornal Valor Econômico relacionou também algumas empresas que darão folga aos funcionários. Citou Bimbo (transnacional de origem mexicana, do pão Pullman), CCR e Siemens Energy, entre outras.