O senador Ciro Nogueira (PP-PI) passou os últimos anos a defender Jair Bolsonaro. “Homem bom”, “homem simples”, como ele ainda se refere a seu ex-chefe, eram frases que exibiam, como talvez um quadro cubista de Braque ou de Picasso, uma marca distintiva de autoria.
“Isso é 100% Ciro Nogueira”, podia-se dizer, a despeito de um dia o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro ter se posicionado a favor de Lula numa hipotética contenda com o ex-presidente — mas isso, vamos combinar, eram outros tempos.
Pois bem. A Lusitana rodou, Ciro votou a favor da reforma tributária na quinta (6) e o bolsonarismo digital não perdoou. Nesta semana, o parlamentar não faz outra coisa a não ser publicar tuítes para tentar justificar o injustificável — ao menos para os seguidores do “homem bom”, do “homem simples”.
No meio da tarde desta sexta (7), ele foi ao Twitter:
“Ser radical? Ser extremista? Sim. Ser radicalmente a favor do Brasil e extremamente coerente. Se um governo, qualquer um, faz uma autocrítica e passa a defender o que sempre defendemos, não podemos ficar contra nós mesmos”, começou.
“Não podemos ser contra o que sempre acreditamos porque os que não são iguais a nós mudaram e passaram a pensar como nós. Ser radical, no bom sentido, é ter ideias plantadas em raizes. Quando ignoramos nossas raizes de pensamento, não somos radicais. Somos incoerentes. Nos tornamos extremistas, mas extremamente diferentes do que sempre defendemos.”
Bravo.
Textão:
Ser radical? Ser extremista? Sim. Ser radicalmente a favor do Brasil e extremamente coerente. Se um governo, qualquer um, faz uma autocrítica e passa a defender o que sempre defendemos, não podemos ficar contra nós mesmos.Não podemos ser contra o que sempre acreditamos…
— Ciro Nogueira (@ciro_nogueira) July 7, 2023