Big techs vão à China prospectar negócios

Elon Musk || Crédito: Reprodução/WAIC

Google, Microsoft e outras gigantes dos EUA participam de encontro de IA em Xangai em meio à "Nova Guerra Fria" protagonizada por seus países

Tesla, Microsoft e Google, além de outras big techs, enviaram executivos para a Conferência Mundial de Inteligência Artificial (WAIC) em Xangai. O evento, que começou na quinta-feira (6), vai até o próximo sábado.

Os americanos estão de olho no mercado de IA chinês, que é colossal. Segundo pesquisa de mercado da Internacional Data Corporation (IDC), entre 2022 e 2026, os números vão dobrar e chegar em US$ 26,4 bilhões.

A Tesla apresentou um robô bípede e sinalizou interesse em expandir seus negócios em áreas que utilizam IA avançada, caso de veículos com direção autônoma. Em vídeo exibido no encontro, Musk aventou a possibilidade de parcerias com montadoras chinesas.

AAlphabet também está na conferência. Apesar de vários serviços do Google serem proibidos entre os chineses, a empresa presta suporte para companhias chinesas interessadas em expandir para outros países.

Barreira regulatória
A tensão crescente entre China e EUA no que se refere à tecnologia tem sido um entrave para negócios na área entre os dois países. Washington planeja aumentar o controle à exportação de semicondutores de IA para a China, além de planejar restringir o acesso de empresas chinesas aos serviços de nuvem americanos.

A China, por sua vez, proibiu, em maio, o uso de chips fabricados pela americana Micron Technology em infraestruturas de informação crítica – a alegação é que há riscos de segurança. Também decretou que, a partir de 1º de agosto, a exportação de gálio e germânio, materiais utilizados em semicondutores, e de compostos relacionados só será feita com permissão do governo chinês.

O país vem se movimentando para intensificar internamente o trabalho em tecnologia de IA. Baidu e Alibaba Cloud, por exemplo, estão focadas em desenvolver seus próprios produtos de IA generativa.

Recentemente, a China determinou que plataformas chinesas removessem o acesso ao ChatGPT da OpenAI, que usa IA generativa. Propostas de restrições a essa tecnologia foram divulgadas pelo governo chinês em abril para proibir conteúdos que promovem a derrubada do sistema socialista e estimulem a divisão do país.