Bolsonaro intensifica críticas à PEC e ao PT e diverge dos “95%” de Tarcísio

Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Haddad || Crédito: Alan Santos/PR/Diogo Zacarias/MF

Ex-presidente volta a utilizar argumentos como "terror no campo"; em encontro do PL com Tarcísio, Bolsonaro diz que "não dá para entender" a PEC sem um "técnico do lado"

Naufragou, ou irá naufragar, aparentemente, o lobby que o governador paulista, Tarcísio Gomes de Freitas, tenta fazer nesta quinta (6) junto a seu ex-guru, Jair Bolsonaro, em favor da PEC da reforma tributária.

Tarcísio, como PODER noticiou na quarta (5), reuniu-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que concordava com “95%” do texto da PEC. Às 12h desta quinta (6), o governador se reunia com Bolsonaro e deputados federais do PL, mesmo partido de Bolsonaro.

Num aparte publicado no Twitter pelo site O Antagonista, Bolsonaro disse que “o Tarcísio não tem, com todo o respeito, a experiência política que muitos de vocês [parlamentares] têm. O que que o Tarcisio tá expondo aqui (…) essas possíveis emendas entrar agora no corpo da PEC do relator (…) Mais de 100 paginas (…) Não consigo ler essa proposta e entendê-la sem um bom técnico do meu lado.”

Não que o, digamos, pensamento vivo de Bolsonaro deva preocupar o governo federal e Arthur Lira, parceiros no esforço pela aprovação da PEC, projeto que há décadas bate na trave na Câmara Federal. A influência de Bolsonaro é certamente declinante entre os deputados federais.

De qualquer forma, proposta de emenda constitucional exigem maioria qualificada de 3/5 do quórum, e qualquer voto, mesmo os de parlamentares da direita histérica, contam.

Desde terça (4), Bolsonaro vem usando seu Twitter para expor as razões pelas quais seus seguidores no parlamento não deveriam votar “sim”. Nesta manhã de quinta-feira, ele intensificou suas críticas não à PEC, mas ao PT. Em fio, mandou:

“O PT não defende os mais os mais pobres (na Câmara votaram contra o parcelamento dos precatórios, quase inviabilizando o Bolsa Família passar para R$ 600,00). Quando zeramos os impostos da gasolina, diesel, álcool e gás, o PT votou contra no Senado.”

“Não respeitam a propriedade privada, pois estimulam o MST a levar o terror ao campo. Desarmam o cidadão de bem, mas não os criminosos. Desrespeitam as famílias, pois apoiam a ideologia de gênero.”

Etc., etc., etc.

A campanha de 2026, ou melhor, a campanha de 2030 parece ter começado.