Faz 21 anos nesta sexta-feira (30) que o Brasil foi pentacampeão de futebol no Japão. A Copa de 2002, primeira jogada em dois países — Japão e Coreia do Sul –, terminou com o ressurgimento de um heroi improvável, Ronaldo, o Fenômeno, que se recuperava de lesões seguidas no joelho que quase minaram sua carreira.
Os 2×0 contra a Alemanha no estádio de Yokohama, palco da finalíssima, celebrados na transmissão do ex-global Galvão Bueno, contaram com a performance estelar de Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e também de Kleberson, inventado como segundo volante na última hora pelo técnico Felipe Scolari, o Felipão.
Quando os torcedores olham para trás e se lembram das críticas que o esquema 3-5-2, com três zagueiros e dois volantes protegendo a defesa, despertava, devem ter uma perda momentânea da noção do tempo. Parece, afinal, que essas críticas são de um século, século e meio atrás.
Então se imaginava que Scolari, um técnico bastante preocupado em proteger a defesa, iria fazer o Brasil contrariar sua suposta vocação “ancestral” e goleadora. A própria ideia da “família” Scolari, de um grupo fechado imune a críticas, também parece anacrônica.
É que o futebol avançou muito taticamente nos últimos tempos, e técnicos como Pep Guardiola vem mostrando que pouco importam esquemas com 3, 4, 5 ou 9 defensores. No futebol-total de hoje, praticamente todos os 10 da “linha” marcam o adversário, assim como os zagueiros são utilíssimos para iniciar as jogadas de ataque.
Não se sabe o que será do Brasil na Copa da América do Norte em 2026. Talvez seja o caso de já contratar uma alegria mais imediata, acompanhando o Mundial de futebol feminino a partir de 20 de julho. Uma coincidência pode ser um bom sinal: ela vai ser jogada também em dois países do “lado de lá”: Austrália e Nova Zelândia.