A dificuldade quase proverbial de condenar a Rússia em sua inaceitável invasão da Ucrânia fez com que Lula colhesse críticas abertas do jornal francês Libération, o Libé, ícone do que um dia foi a esquerda pensante europeia. Fundado em 1973 por ninguém menos do que o pai do existencialismo, Jean Paul Sartre, o Libé não poupou críticas a Lula, que o chamou, em artigo, de “falso amigo do Ocidente”.
O presidente brasileiro está em viagem pela França, razão da publicação agora da peça. Segundo o Libé, Lula era visto como uma espécie de “messias” pelas democracias ocidentais, mas sua lassidão ao não cerrar fileiras contra o “novo pária do Ocidente”, a Rússia, gerou “decepção”.
O jornal ainda falou das enormes dificuldades de governabilidade da gestão Lula 3, citando um país “polarizado” com um Congresso em que a “direita e a extrema-direita” têm maioria.
🇧🇷 Hyperactif à l’international, Lula peine à faire passer ses réformes dans un #Brésil extrêmement polarisé. Au Parlement, la droite et l’extrême droite restent majoritaires avec le soutien de l’agrobusiness.
L’analyse de @RayesChantal 👇 https://t.co/5h5xXRzOHL
— Libération (@libe) June 23, 2023
De qualquer forma, Lula colhe uma agenda positiva de sua visita à Itália e a França, especialmente em comparação a seu antecessor, que preferia as barracas de comida de rua e os 7-Eleven aos encontros bilaterais. Lula fez na quinta (22) discurso impactante sob a Torre Eiffel para uma multidão que acorreu a fim de participar de um festival de pop e humanismo para bem nascidos.
Lula foi direto ao ponto dizendo que a Amazônia é “ao mesmo tempo” soberanamente brasileira e “pertence a toda a humanidade”. Ainda tem muito chão até 2026, mas as imagens já estão devidamente reservadas.