TikTok anuncia investimentos na Ásia Ocidental, seu maior mercado

Shou Zi Chew, CEO TikTok|| Crédito: Reprodução/YT

Alheio às polêmicas relacionadas à privacidade de dados que estão em curso nos EUA e na União Europeia, a empresa vai injetar bilhões de dólares no continente asiático para alavancar seu e-commerce e tentar enconstar na Shopee

Shou Zi Chew, CEO do TikTok, anunciou nesta quinta-feira (15) que a empresa pretende investir bilhões de dólares para melhorar sua operação de e-commerce na Indonésia e em países da Ásia Ocidental, que é o maior mercado do TikTok no mundo – mais de 325 milhões de pessoas entra no aplicativo todos os meses.

Chew não detalhou os planos, mas disse que a ideia é investir em treinamento, publicidade e no apoio a pequenos vendedores interessados em se juntar à plataforma de e-commerce TikTok Shop. Com isso, os usuários poderiam fazer compras por meio de links que aparecem durante a exibição dos vídeos.

O momento é oportuno, pois, segundo a consultoria Momentum Works, as transações de e-commerce na Ásia foram de cerca de US$ 100 bilhões ano passado – US$ 52 bilhões só na Indonésia. De acordo com o mesmo levantamento, as transações feitas pelo TikTok chegaram a US$ 4,4 bilhões em 2022 – anos-luz dos números estratosféricos da Shopee: US$ 48 bilhões.

Campo minado
O anúncio de Chew vem num momento em que a empresa está no centro de uma polêmica que vem pipocando mundo afora. Em alguns países, existe desconfiança em relação ao que a ByteDance, a dona da plataforma, faz com os milhões de dados que circulam por lá todos os dias. A alegação é que essas informações poderiam ser usadas pela China para fins de espionagem.

Nos Estados Unidos, a confusão começou no governo Trump. Joe Biden comprou a briga e, em março deste ano, baniu o TikTok de todos os dispositivos governamentais  – exemplo seguido por Canadá, Austrália e União Europeia.

Alguns estados americanos avançaram na pauta em relação à população civil: em março, Utah criou uma lei que restringe o uso do TikTok por crianças e adolescentes. Montana foi mais radical e proibiu o download do aplicativo a partir de 2024. No dia 22 de maio, o TikTok entrou com uma ação de contestação, apelando para a Primeira Emenda da Constituição americana, que impede leis que restrinjam a liberdade religiosa, de expressão e da imprensa. O imbróglio ainda está em curso.