Ao UOL, Quaquá escancara fogo amigo dentro do PT

Washington Quaquá e Rui Costa || Créditos: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados/

Deputado federal e vice-presidente do partido chama relação de Rui Costa com Congresso de "tragédia" e ameaças do União Brasil, "conversa fiada"

O mineiro só é solidário no câncer, dizia Otto Lara Resende, ou melhor, não dizia Otto Lara, já que a frase era de Nelson Rodrigues, que sempre a atribuía ao amigo. A esquerda, já se disse por analogia, não é solidária nem mesmo diante do descalabro — o fascismo, por exemplo. Quando está no governo, então, vixe…

Pois não passaram seis meses para que cardeais do PT abrissem, em alto e bom som e sem se escudar em declarações em off, o fogo amigo. Nesta terça (13), o colunista Chico Alves, do UOL, traz uma entrevista com o vice-presidente da legenda, deputado federal Washington Quaquá (RJ), em que ele chama a relação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, com o Congresso de “uma tragédia”.

Ex-prefeito de Maricá por dois turnos consecutivos, Quaquá aparentemente tem a solução para os problemas de governabilidade, e ela passa por estabelecer uma “cota” para as emendas parlamentares. Nem é preciso, na sua opinião, dar ministérios a partidos da base.

Disse Quaquá a Alves:

“É só estabelecer uma cota. Vai ser R$ 50 milhões por deputado a cada ano? Define isso. (…) Acho mais do que justo, mais do que tranquilo. Com R$ 18 bi, R$ 20 bi, R$ 25 bilhões resolve essa parada. Não é com ministério. Claro que ministério faz parte, mas do ponto de vista de querer governar junto, participar da política pública.”

Quaquá chamou ainda de “conversa fiada” as ameaças do União Brasil de ir para oposição, caso os pleitos do partido não sejam atendidos.

“Se o governo der R$ 50 milhões para cada deputado do União Brasil, 90% deles vão votar com a gente”, disse .

Por conta dessas demandas, a cabeça da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que anunciou sua futura troca do UB pelo Republicanos, anda tanto em pauta. Nesta terça (13), contudo, ela saiu “prestigiada” de uma conversa privada com Lula. Analistas dizem que ela “sobrevive”  até pelo menos quinta-feira (15), quando ocorre uma reunião ministerial.