Persio Arida se junta a Fraga nas críticas a Lula 3

Eleitores de Lula em 2022, economista Pérsio Arida ecoa Armínio Fraga na preocupação com rumos do governo federal

Pérsio Arida || Crédito: CC/WikiCommons/Financial Times/swiss-image.ch/Photo Urs Jaudas

Depois de Armínio Fraga, chegou a vez de Pérsio Arida. Dois dos mais festejados economistas brasileiros, ambos surgidos na esteira do Plano Real e que proclamaram voto em Lula no fim de outubro, veem sinais preocupantes nos cinco meses iniciais do governo Lula 3.

Assim como Fraga, Arida também manifestou suas inquietações em entrevista ao jornal Valor Econômico. E, novamente como Fraga, apontou praticamente a mesma lista de problemas, a saber: revisão do marco do saneamento e dos critérios de voto da Eletrobras, ataques ao Banco Central, mudanças na lei das estatais, BNDES hiperativo, indústria própria de semiprocessadores.

Arida em nenhum momento mostrou-se arrependido do voto em Lula, como fez questão de dizer no começo da entrevista, mas voltou a enfatizar seu desacordo com a loquacidade do presidente — e não só com a pegação de pé por parte de Lula com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

“Tem um lado preocupante também, no mundo crescentemente polarizado, de aproximações e de distanciamentos em relação ao eixo Europa-Estados Unidos, e aproximação em relação a Rússia e China. Declarações reduzindo o problema da Venezuela a uma narrativa são inaceitáveis para qualquer um comprometido com a democracia e direitos humanos.”

Arida ainda criticou “retrocessos no meio ambiente”. “O Brasil está desperdiçando a oportunidade de ser uma economia verde, de dar um exemplo para o mundo”. Faltou aí um pouquinho de contexto e a menção às dificuldades do semipresidencialismo e a negociação com uma bancada hipertrofiada de ruralistas.