O ator estadunidense Mark Ruffalo (de Hulk e Ensaio sobre a cegueira) é há algum tempo apoiador de causas ambientais – ele se declara um “advogado da justiça climática” –, das causas em prol de minorias, e de governos que professam certa sensibilidade social: o que a política de seu país chama de “governos liberais”.
Durante a campanha presidencial brasileira, ele deu grande apoio a Lula contra a tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro, manifestando-se preferencialmente por sua conta no Twitter, que conta com 8,3 milhões de seguidores.
Ele agora se engajou na questão do esvaziamento do ministério dos Povos Indígenas, manobra que contou com a própria anuência dos luminares de Lula 3 para satisfazer o apetite insaciável da bancada do agronegócio; e agora vem chamando atenção para a votação, provavelmente nesta terça (30), do projeto de lei 490/2007, que define o marco temporal para a demarcação das terras indígenas.
A lei quer estabelecer o ano de 1988, quando foi editada a Constituição atualmente em vigor, como determinante para a definição da posse das terras indígenas. Povos que foram retirados de outras terras desde o descobrimento desse país, por esse marco, não teriam direito à posse desse patrimônio ancestral.
A Defensoria Pública da União emitiu nota técnica, prontamente encaminhada ao presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), que reprova o texto do PL 490, reputando-o como inconstitucional.
Ruffalo, ao comprar a briga da parlamentar indígena Célia Xakriabá (Psol-MG), bastante motivada contra o projeto, endereça apelo a Lula: “Nosso planeta está em risco. Lula, seja o heroi que seu povo elegeu.”