O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), e o de Florianópolis, Topázio Neto (PSD-SC), foram as principais atrações de almoço em torno da reforma tributária que aconteceu nesta quinta (25) no clube Monte Líbano, em São Paulo.
O evento, organizado pelo grupo Voto, contava ainda com uma aparição virtual do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, que acabou não acontecendo.
O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da PEC da reforma tributária que já tramitava na Câmara quando Rodrigo Maia era presidente da Casa, e Bernardo Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária do ministério da Fazenda, eram igualmente aguardados.
PODER esteve no local e entrevistou os dois prefeitos, que, assim como muitos outros do Brasil, estão preocupados com possível perda de arrecadação dos municípios que o projeto pode vir a acarretar.
Nunes, que assumiu a prefeitura com a morte de Bruno Covas em 2021 disse que, apenas no caso da capital paulista, trata-se de uma perda de R$ 15 bi anuais. Mas que em conversas com Ribeiro e com Arthur Lira, “pessoa muito sensata”, ouviu garantias de que os “municípios não perderão receita”.
Nunes criticou um certo discurso otimista sobre o IVA, o imposto de valor agregado, que estaria longe de ser uma bala de prata econômica – e citou a Argentina, “com uma inflação de 108% [ao ano] que tem IVA”.
Perguntando se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não seria sensível ao pleito dos municípios, especialmente São Paulo, uma vez que ele, Haddad, já foi prefeito paulistano, Nunes disse que sim, por conhecer bem a “dinâmica e as responsabilidades” de um prefeito.
E imediatamente, partiu, então, para comparações dignas de campanha eleitoral, citando os “dez hospitais” e as “23 UPAs” (unidades de saúde de pronto atendimento) que se tornarão 32, que ele irá deixar, contra números apáticos de Haddad (veja na entrevista, abaixo).
Por fim, a partir de uma provocação de PODER, Nunes acha que lhe cabe bem a expressão “radical de centro” que Bruno Covas usava como autodefinição, mas aproveitou para testar um outro slogan: “É possível fazer política sem ódio.”