Carro popular vira “Fusca do Itamar” de Lula 3 e elétricos chiam com possível perda de isenção

Crédito: Volkswagen/Divulgação

Ação federal para subsidiar custo de veículos de entrada e criação de taxa de importação para elétricos podem adiar em alguns anos plano de eletrificação da frota

O anúncio de luminares do governo Lula 3, entre eles o próprio Lula e o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o também vice-presidente Geraldo Alckmin, de que o país deve subsidiar a indústria automobilística para que ela reduza o preço da linha de entrada dos carros fabricados no Brasil, restabelecendo alguma coerência semântica à expressão “carro popular” – cujo preço cairia para a faixa dos R$ 60 mil –, despertou forte críticas de parte do empresariado e, principalmente, de alguns dos novos atores do mercado: os fabricantes de carros elétricos.

Neste caso, a crítica vem acompanhada de um certo “hedge” diante da possibilidade, já ventilada, de criação de uma taxa de importação dos veículos elétricos, de 2%, já em 2023. Atualmente, a importação é isenta.

De fato, o Brasil mantém uma legislação bastante simpática ao uso do combustível fóssil, diferentemente de diversos países europeus, que já começam a banir a fabricação dos carros a diesel ou gasolina. Por isso, e diante da isenção de taxa de importação, montadoras tradicionais estabelecidas no país preferem importar seus carros elétricos a produzi-los aqui.

A cena poderia mudar com a entrada das montadoras chinesas, notadamente as gigantes BYD e Great Wall, com plantas industriais já fincadas no estado de São Paulo, mas o revival daquilo que os críticos chamam de “Fusca do Itamar” de Lula, em alusão ao capricho do ex-presidente Itamar Franco em ressuscitar a linha de produção do Fusca, pode atrasar em mais alguns pares de anos nosso ataque às emissões de C02 na atmosfera e, portanto, ao aquecimento global.

A PODER ONLINE, o ex-ministro das Cidades da presidência Michel Temer e ex-secretário de Transportes Metropolitanos do governo paulista de João Doria, o ex-deputado federal Alexandre Baldy (PP-GO), manifestou-se sobre o tema:

“A Organização Mundial da Saúde acaba de apontar a crise climática como o maior desafio de saúde da humanidade. Se a temperatura continuar avançando, a Terra será cada vez mais um cenário propício para bactérias e vírus como o que nos assolou nos últimos três anos. Taxar carros elétricos é falta de compromisso com o meio ambiente. E vai na contramão do que o resto do mundo vem fazendo.”