Criador do ChatGPT vai ao Congresso dos EUA e ouve discurso de democrata feito pela ferramenta

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“Se a tecnologia der errado, vai dar bem errado”, diz Sam Altman, em sessão que teve uso do recurso pelo senador por Connecticut Richard Blumenthal

Em algum momento, no fim do ano passado, as comportas foram abertas e a inteligência artificial dominou os noticiários. Quando recursos como o ChatGPT e outros foram se tornando acessíveis a (quase) todos, legisladores, administradores públicos e pessoas interessadas na manutenção do status quo – e, alguns, é verdade, da vida na Terra –, clamaram por um freio de arrumação.

(Elon Musk, signatário de uma carta que gerou bastante rumor pedindo uma moratória no desenvolvimento do IA, não conta, mas Yuval Harari, outro a subscrevê-la, talvez sim.)

Corta para esta terça (16), quando Sam Altman, CEO da OpenAI, que criou o ChatGPT, foi convocado para uma audiência no Senado estadunidense para enumerar os possíveis riscos do carro-chefe de sua empresa.

Altman começou sendo interpelado pelo próprio ChatGPT, ou quase isso. O senador Richard Blumenthal usou uma gravação falsa de sua própria voz para dramatizar os riscos da nova tecnologia. O democrata alimentou o ChatGPT para que criasse um texto a partir de seus próprios discursos e usou recursos de edição de voz.

O senador disse ainda que o ChatGPT produziu uma reflexão acurada sobre visões de legisladores que poderiam levar facilmente a uma “justificativa” de uma hipotética subordinação da Ucrânia à liderança de Putin. “Isso seria muito amedrontador”, concluiu Blumenthal.

Em dado momento de sua exposição, Altman disse que “se a tecnologia der errado, vai dar bem errado”.