Lazari volta a falar em “preservação” da democracia e adverte que não há “espaço para experimentos”

Octavio de Lazari Junior || Créditos: Reprodução

Em Nova York, presidente do Bradesco faz análise copiosa do processo eleitoral, contemporiza sobre “demora” na escolha de titular da Fazenda e rejeita testes na economia

Por alguma razão, quando algumas figuras de ponta dos mundos corporativo, político e jurídico estão fora do Brasil, desandam a falar sobre a situação do país, algo que nem sempre fazem nos estritos limites do território nacional.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, que está em Nova York em “roadshow” da instituição, apresentando produtos para investidores e correntistas “private” , falou com a agência Bloomberg e com o Estado de S.Paulo. À primeira, criticou os manifestantes que, desde a derrota de Jair Bolsonaro em 30 de outubro, pedem intervenção militar em portas de quartéis pelo Brasil. “A eleição está resolvida”, disse ele. “Vamos em frente.”

A instituição que Lazari preside vem de maus resultados no último trimestre, se é que é possível chamar  de mau resultado um lucro líquido de 5,2 bi. De qualquer forma, esse valor ficou 23% abaixo em relação ao terceiro tri de 2021.

Nesta quinta (16), o jornal O Estado de S.Paulo publicou sua entrevista com Lazari, e nela o executivo, como gostam de fazer os agentes do “mercado”, advertiu sutilmente o futuro governo Lula. Em resposta a uma pergunta sobre suposta demora na escolha do futuro ministro da Fazenda, Lazari disse: “Temos de dar também um desconto, o fator tempo para esse novo governo porque eles têm bastante convicção de que a escolha da equipe, dos ministros, é muito importante que seja extremamente acertada. Não temos espaço para testes ou experimentos, temos de estar com uma equipe bastante engajada, sabendo exatamente quais são os problemas e desafios do Brasil e quais os caminhos que temos de tomar para melhorar ou resolver esses problemas.”

Lazari também voltou a afirmar que a democracia “venceu” no Brasil. “Demos provas contundentes, como sociedade, da força da democracia do nosso país sendo uma democracia tão jovem. Pode ter um barulho aqui, um grupo ali que concorda ou não. Isso faz parte da democracia e temos de respeitar a opinião e o posicionamento de todos, mas o mais importante é que a democracia foi guardada, preservada e fortalecida no nosso país.”