A Lusitana rodou, um presidente não se reelegeu, mesmo a utilizar todo tipo de ferramenta legislativa – e contar, para isso, com o apoio entusiasmado do presidente da Câmara Federal –, e Lula, o antípoda de Jair Bolsonaro, ganhou a eleição.
Com tudo isso, o presidente da Câmara Federal, esse mesmo que apoiou com entusiasmo o incumbente, segue por cima da carne seca. Arthur Lira (PP-AL), que articula para ficar mais dois anos à frente da “Casa do Povo”, recebeu nesta quarta (9) ninguém menos do que o presidente eleito, Lula.
E parece que esse foi o primeiro lance de um namoro, para usar uma imagem que já se tornou datada.
Há muitas arestas a ser aparadas, e tolerar o invulgar orçamento secreto, ferramenta com a qual Lira multiplicou seu poder na Câmara e fez Bolsonaro escapar de centena e meia de impeachments, pode ser uma das novidades “velhas” que o capo petista terá de apresentar em 2023 em nome da tal governabilidade.
A propósito, Benedito de Lira, prefeito de Barra de São Miguel (AL) e pai do presidente da Câmara, deu nesta quarta a letra que até os maus entendedores podem facilmente entender. À Folha de S.Paulo, disse: “Terminou a eleição? Acabou. Vamos pensar no futuro”.
A política é extraordinária, como diria o presidente eleito naquela famosa imitação do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad.