Durante a campanha presidencial no primeiro turno, o candidato Ciro Gomes (PDT) foi muito enfático ao afirmar sua vontade de, caso presidente, trabalhar para “tirar do SPC” milhões de brasileiros. O Serviço de Proteção ao Crédito, de que SPC é acrônimo, é, como se sabe, o mais famoso cadastro de pequenos devedores do Brasil, e Ciro entendeu que boa parte dos concidadãos endividados chegaram a essa situação involuntariamente, por conta das pressões das crises econômica e da Covid.
Na segunda (3), durante encontro de líderes do PT e do PDT que selou o endosso dos trabalhistas à coligação de Lula, o tema foi tratado como condição sine qua non, assim como esforços pela educação, para a formalização do apoio.
Nesta quarta (5), no ainda mais esperado pelos lulistas pronunciamento da senadora Simone Tebet (MDB-MS), o perdão também foi levado à mesa. A senadora, que disse “reconhecer no candidato Lula compromisso com a democracia e com a constituição”, algo que “desconhece no atual presidente”, daí seu apoio ao primeiro, elencou reivindicações para engrossar o bloco de centro-esquerda.
Além do perdão de dívidas das famílias que recebem de “3 a 5 salários mínimos”, a senadora listou:
a) esforço pela educação, com redução de filas na pré-escola, implantação de ensino médio técnico integral e uma premiação de R$ 5 mil para estudantes do ensino médio como estímulo para não abandonar os estudos. Esse último ponto era uma “assinatura” de seu programa de governo;
b) ataque às filas de exames e cirurgias bancadas pelo SUS, ampliadas pela Covid-19;
c) ministério plural e com equidade, diversidade e competência técnica.
A bola voltou a Lula, que não deverá ter dificuldade de encampar as sugestões, malgrado a bomba fiscal que terá de desarmar em 2023 caso siga à frente do oponente em 30 de outubro.
— Simone Tebet (@simonetebetbr) October 5, 2022