A chegada do ex-governador paulista Geraldo Alckmin à chapa presidencial de Lula foi uma conquista importantíssima do petismo em sua busca por uma roupagem mais centrista para o ex-presidente. O grande simbolismo da adesão do adversário histórico falou por si, sem a aparente necessidade de Alckmin empreender enorme esforço para trazer apoios.
Bem, isso parece estar a mudar. Com a adesão “incondicional” do atual governador paulista Rodrigo Garcia a Bolsonaro, manifestada neta terça (4), Alckmin pode ser instado a tentar sensibilizar prefeitos e lideranças do interior de São Paulo, região que ele conhece amplamente e é refratária a Lula.
Coincidência ou não, no mesmo dia em que Rodrigo converteu-se ao bolsonarismo, Alckmin entregou em seu Twitter uma ideia para o programa de governo de Lula que até aqui não foi tratada com a importância que merece – a de uma reforma tributária.
Numa campanha em que programa de governo parece ser a última preocupação dos principais contendores, o anúncio não deixa de ser um refrigério. É bom lembrar que Alckmin já prometeu, em 2018, quando ainda acreditava nas próprias chances de se tornar presidente, fazer não apenas uma, mas logo três reformas assim que assumisse o Planalto. A tributária entre elas.
Não rolou, como se sabe.