Como num folhetim anunciado de véspera, Barbosa reaparece, pede voto em Lula e vê Bolsonaro indigno

Joaquim Barbosa, Lula e Bolsonaro || Crédito: Emília Silberstein/Universidade de Brasília/Reprodução/ Isac Nóbrega/PR

Ex-ministro do STF que foi algoz do PT no escândalo do Mensalão diz que “nas grandes democracias” Bolsonaro é tido como “ser humano abjeto”

Nesta última semana de campanha presidencial, os estrategistas dos candidatos parecem ter, voluntariamente ou não, decidido lançar mão de um recurso ainda pouco explorado, o folhetim. Bem, quase isso.

A ideia, como (mais ou menos) num folhetim, é que um alerta seja emitido na véspera, preparando terreno para o anúncio importante do dia seguinte.

Ciro Gomes quase pôs o sistema a perder com seu “Pronunciamento à Nação” da segunda (26), quando nada de novo disse, apesar de ter usado a canhestra expressão “fraude eleitoral”.

Na mesma segunda-feira, o portal Metrópoles publicou em primeira mão que o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, responsável por começar a dizimar a imagem sacrossanta do PT, enquadrando seus cardeais no escândalo do Mensalão, havia gravado vídeo em apoio à vitória de Lula já no primeiro turno.

O vídeo começou a circular na tarde desta terça (27). Nele, Barbosa diz que Jair Bolsonaro “não tem dignidade para ocupar um cargo dessa relevância [presidente da República]”. “Nas grandes democracias”, segue ele, “Bolsonaro é visto como um ser humano abjeto, desprezível, uma pessoa a ser evitada. Esse isolamento internacional é muito ruim para o nosso país. Nós perdemos muitas oportunidades com isso.”