É dura a vida dos candidatos a presidente do Brasil que não se chamam Lula ou Jair Bolsonaro. Esmagados pela tal “polarização”, expressão pouco apropriada para equalizar dois candidatos que não estão em polos diferentes do espectro ideológico, mas muito mais separados pelo respeito à democracia, Ciro Gomes, Simone Tebet, Soraya Thronicke etc. cumprem cada vez mais papel figurativo na corrida ao Planalto.
As senadoras Simone e Soraya, ambas coincidentemente do Mato Grosso do Sul, podem reclamar, ao menos, um upgrade em suas carreiras na vida pública nos próximos pleitos, caso consigam manter um recall nos anos vindouros.
Simone, que tem discurso bem estruturado e encontrou um foco relevante na campanha em sua pauta de equidade – veja a entrevista que concedeu a PODER aqui –, tem se manifestado contra o inexorável movimento pelo voto útil que engrossa nestes últimos dias.
Nesta quarta (21), em São Paulo, disse, conforme registrou o jornal O Estado de S.Paulo: “Eu vejo mais como desrespeito do ex-presidente Lula com a democracia e com o povo brasileiro, porque não é só pregar o voto útil (…) Quem é esse Lula que está chegando? Qual é o projeto que tem para educação? Qual é o projeto de desenvolvimento?”, disse, aludindo à anunciada desistência de Lula em comparecer ao debate entre presidenciáveis do próximo sábado (24) nos estúdios do SBT, em São Paulo.
A candidata, que aproveita para se dizer ela mesma o “voto útil”, também postou em sua movimentada conta do Twitter que “nossa candidatura garante e representa a previsibilidade, a segurança jurídica, e a responsabilidade com o dinheiro público que falta nos outros dois candidatos.”