Presidente da Câmara Federal mais hipertrofiada dos últimos tempos, com controle do orçamento secreto e das emendas bilionários do relator, o deputado Arthur Lira (PP-AL) está em mood interior. Candidato à reeleição e, caso reeleito, a novo termo como chefe da Câmara, Lira está sumido do Twitter e do noticiário nacional, fazendo viagens pelo interior de Alagoas.
Mesmo jornais alagoanos desconhecem o paradeiro do deputado, cuja candidatura foi homologada, apesar da inelegibilidade que lhe pesa por condenação em segunda instância. Lira vem mantendo sua poderosa vida parlamentar à custa de recursos e protelações.
A Folha de S.Paulo publicou nesta terça (13) que o deputado foi pedir voto num clube de tiro, e levou a tiracolo um vídeo de Jair Bolsonaro parabenizando o confrade e os usuários do clube. A liberação das armas talvez seja a pauta mais importante dos quatro anos de mandato do presidente.
Se Jair Bolsonaro for mesmo aos funerais da rainha Elizabeth II, como ameaça, Lira deverá deixar o Brasil na mesma época para não correr o risco de assumir a presidência – o que o tornaria inelegível. O mesmo deve acontecer com o vice-presidente, Hamilton Mourão, que concorre ao Senado pelo Rio Grande do Sul – ele lidera as pesquisas eleitorais no estado.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), pai do atual governador alagoano Renan Filho, inimigos declarados de Lira, recentemente fez menção ao “ficha suja” Lira:
“Arthur Lira é ficha imunda e disputa eleição com liminar, a mais frágil das peças. Já foram declarados inelegíveis Eduardo Cunha, Roberto Jefferson e Daniel Silveira, entre outros. A Justiça precisa unificar as decisões sobre quem é ficha suja.”
Na ocasião, o senador aproveitou para mostrar a primeira página do jornal Extra Alagoas, que parece não morrer de amores pelo presidente da Câmara.
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