Além do chefe da Turminha de Curitiba, ex-PGR Rodrigo Janot e procurador João Vicente são arrolados; Deltan vai recorrer para tentar manter candidatura a deputado
As pauladas na turminha de Curitiba da Lava Jato parecem que, como no bordão da cobertura do Carnaval da TV Globo, não tem hora para terminar. Nesta terça (8), a 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o ex-procurador Deltan Dallagnol, o ex-PGR, Rodrigo Janot, e ainda o procurador João Vicente por irregularidades em gastos com diárias e passagens enquanto atuavam na força-tarefa da Lava Jato.
A decisão foi unânime. O valor a ser devolvido por Deltan e Janot é café pequeno diante do que o paranaense costuma arrecadar com suas vaquinhas – R$ 2,83 mi.
Na justificativa de seu voto, o relator Bruno Dantas disse o seguinte, a folhas tantas:
“Avaliadas as condutas em exame sob todos esses prismas, considero irregulares e altamente reprováveis as escolhas administrativas feitas no âmbito do MPF. Foi adotado modelo concebido para situações eventuais e excepcionais, o que claramente não era o caso da força-tarefa da Lava Jato, como forma de dar aparência de legalidade a uma prática antieconômica, imoral, ímproba, lesiva aos cofres públicos e, por tudo isso, manifestamente irregular.”
Deltan, que é candidato a deputado federal pelo Paraná e irá recorrer da decisão para tentar não se tornar inelegível, repisa sua narrativa de que é o “sistema” vem se vingando de quem “combateu a corrupção”.
“O órgão se junta àqueles que, ao invés de condenar o desvio de bilhões de reais de recursos públicos, decidem condenar aqueles que se dedicaram arduamente ao combate à corrupção. Trata-se de uma absurda inversão de valores que não encontra eco na opinião pública.”
O ex-ex-ex Sergio Moro, que neste fim de semana apareceu ao lado de Deltan em evento de campanha em Curitiba, não se manifestou, ao menos em sua conta no Twitter, até o começo de tarde desta terça (9).
O órgão se junta àqueles que, ao invés de condenar o desvio de bilhões de reais de recursos públicos, decidem condenar aqueles que se dedicaram arduamente ao combate à corrupção. Trata-se de uma absurda inversão de valores que não encontra eco na opinião pública. +
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) August 9, 2022