A esquerda veio abaixo.
Numa manhã de quinta-feira (4) menos agitada do que de costume para o calendário eleitoral brasileiro, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ganhou os holofotes do Twitter. Algumas frases espirituosas alçaram-no à notoriedade rotativa da plataforma.
Divergente da candidatura da colega senadora Simone Tebet (MS) por seu partido, ele vem colocando todos os pés na canoa de Lula, e, consequentemente, distanciando-se cada vez mais de Jair Bolsonaro, de quem é opositor ferrenho como se viu sobejamente durante a CPI da Covid-19.
Em seu Twitter, Renan elogiou o comportamento do deputado André Janones, que também parece querer embarcar na traineira lulista, dizendo: “O gesto de @AndreJanonesAdv a @Lulaoficial merece aplauso pela lucidez. (…) Voto útil para derrotar o inútil.”
Na política a atitude vale mais que altitude. “Democracia e Humildade andam lado a lado”. O gesto de @AndreJanonesAdv a @Lulaoficial merece aplauso pela lucidez. Na pesquisa Quaest ele segue com 2%, igual a Tebet, e Ciro cai para 5%. Voto útil para derrotar o inútil.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) August 3, 2022
Houve, na plataforma, quem concordasse com o “inútil”, mas acrescentasse mais alguns adjetivos por conta própria.
Inspirado, Renan mandou nesta quinta (4) mais um petardo contra o governo e sua falta de transparência: “O orçamento, que deveria ser público, é secreto. A corrupção e malfeito ganham sigilos de 100 anos. Os crimes – inegáveis – são escondidos nas gavetas da PGR. O segredo é o veneno das democracias. O voto, que é secreto, eles querem filmar. Esse filme de terror está no epílogo.”
O orçamento, que deveria ser público, é secreto. A corrupção e malfeito ganham sigilos de 100 anos. Os crimes – inegáveis – são escondidos nas gavetas da PGR. O segredo é o veneno das democracias. O voto, que é secreto, eles querem filmar. Esse filme de terror está no epílogo.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) August 4, 2022
A mídia amiga da coligação de esquerda se animou com a performance do senador e ainda reproduziu vídeo em que Renan sola contra Ciro Gomes, chamando sua candidatura de “inviável”.
“Não é uma via, é uma contramão”, disse, para depois espezinhar: “Uma única maneira de tê-lo no segundo turno (…) é se houver uma designação dele para trabalhar na Justiça Eleitoral como mesário.”