Interesse árabe por Burger King brasileiro faz ação escalar, mas desfecho é incerto

Jorge Paulo Lemann || Crédito: WikiCommons/Rainer Knäpper/Free Art License/Reprodução/YT/Na Prática

Nesta terça (2), papel ainda “performava” na B3, mas desfecho pode não ser brilhante caso Mubadala Capital receba negativa por almejado controle acionário da empresa

Conhecido por comprar empresas, o grupo de investimento 3G, de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sucupira, viu-se diante de uma situação comum no mundo dos negócios, mas razoavelmente inusitada para eles – a insurgência de um novo controlador acionário numa das joias do próprio portfólio.

Com o anúncio de que o o Mubadala Capital, braço do fundo soberano de Abu Dhabi ,tem interesse em aumentar sua participação para 50,1% no Burger King Brasil, a Faria Lima passou a discutir: Lemann & partners vendem ou não vendem?

Na segunda-feira (1º), os papéis da “BK” subiram fortemente, valorizando-se 18% em relação ao preço de abertura.

O jornal O Estado de S.Paulo foi bastante didático ao mostrar que a oferta dos árabes, de R$ 7,55 por ação, 21,4% a mais do que o preço então negociado, era bastante baixo se considerado o valor pré-pandemia.

Já a revista Exame, citando analistas do Credit Suisse, mostrou que a proposta árabe que quantificou em 6,5 vezes a relação valor da empresa (mais dívidas) dividido pelo lucro operacional é praticamente metade daquele precificado no IPO do Burger King, em 2017.

Trata-se de um parâmetro utilizado pelo mercado.

Nesta terça (2), os papéis seguiam em alta de 2,98% às 16h, cotado a R$ 7,61, uma das melhores performances do dia na B3. Resta saber o que vai acontecer quando a proposta receber uma negativa oficial, caso isso se dê.