Coligação PT-PSB sofre avarias no sul e vive sinuca de bico no Rio

Beto Albuquerque, Edegar Pretto e Alessandro Molon || Crédito: Reprodução/FB/AL.RS/Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Em provável jogo de cena, diretório estadual do PSB desmente desistência de Beto Albuquerque em favor de petista; no Rio, forçar abandono de Molon (PSB), que se fortalece nas pesquisas, fica cada dia mais difícil

A improvável coligação PT-PSB foi colecionando alguns pequenos milagres ao longo das últimas semanas. Primeiro houve a adesão de Geraldo Alckmin ao PSB e sua candidatura a vice-presidente na chapa de Lula; ainda em São Paulo, a desistência de Marcio França (PSB) à corrida pelo Bandeirantes em troca de uma candidatura ao Senado, abrindo passagem para Fernando Haddad (PT).

Em Pernambuco, epicentro do poder do PSB há mais de uma década, o PT se viu obrigado a escantear a favorita na corrida ao governo, Marília Arraes, petista histórica, que acabou por trocar a sigla pelo nebuloso Solidariedade para seguir na disputa.

No Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, candidato do PSB ao governo gaúcho, estaria por retirar sua candidatura para apoiar a de Edegar Pretto (PT), conforme teria dito a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na quarta (27), segundo a Folha de S.Paulo. Mas o diretório estadual desmentiu a informação em documento. A reunião da Executiva e a convenção do partido, nestas quinta (28) e sexta (29), devem sacramentar a decisão vocalizada por Gleisi e desmentir o desmentido.

Espeto mesmo está sendo no Rio. O PT quer que o PSB engula a candidatura ao Senado do deputado estadual André Ceciliano (PT), o mais bolsonarista dos petistas, e retire a do deputado federal Alessandro Molon (PSB). O diabo é que Molon segue muito à frente do petista nas pesquisas eleitorais. A última, do Real Big Data, divulgada na quarta (27), coloca Molon já à frente do candidato bolsonarista, o senador Romário (PL). Ceciliano tem menos de um terço das intenções de votos de Molon – ele mesmo um ex-petista.

Por conta do affaire Molon, o PT ameaça desembarcar até mesmo do apoio a Marcelo Freixo (PSB) como candidato ao governo do Rio. Freixo, deputado federal que era do Psol, aderiu aos socialistas justamente para viabilizar sua candidatura ao palácio Guanabara com apoio do PT.

Sei lá, mil coisas.