Em entrevista coletiva em Curitiba na manhã desta terça (12), o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo milionário da transacional Alvarez & Marsal Sergio Moro finalmente indicou ao que vai concorrer pelo Paraná nas eleições de outubro.
Depois de fazer algum suspense e considerar suas chances remotas como candidato ao governo, o ex-ex-ex revelou que tentará a vaga solitária do estado ao Senado. Destarte, como o proverbial elefante na ainda mais proverbial loja de cristais, ele baterá de frente com seu padrinho político, o senador Álvaro Dias (Podemos), responsável por indicar-lhe seu primeiro partido político – o Podemos, logo a seguir trocado pelo ex-ex-ex pelo UB
Dias fez deslanchar a vida político-institucional, pode-se dizer, de Moro.
Dias não se pronunciou sobre a nova concorrência. Pesquisas de intenção de voto ao Senado do Paraná já mostravam Dias na liderança, mas Moro, agora oficializado, tende a mudar o cenário.
Moro foi questionado pelos jornalistas presentes ao convescote sobre Dias, e tentou fazer a egípcia: “É um político que eu respeito. Corremos em raias separadas. Vamos ver se, ao final das convenções, ele vai ser candidato ao Senado. Ainda que isso se confirme, meu intuito é conduzir essa campanha no alto nível, jamais com ataques. Precisamos trabalhar juntos nos anos que virão.”
Resta saber porque Dias deixaria de tentar sua reeleição, cargo que ele ocupa desde 1983, tendo se licenciado do posto apenas entre 1987 e 1991, quando elegeu-se governador do Paraná.
As duas outras vagas do Senado do Paraná abrir-se-ão e serão disputadas no voto apenas daqui a quatro anos, quando o senador terá 82 anos. Não parece ser provável que queira esperar até lá.