Na surdina, ou melhor, nem um pouco na surdina, os Estados Unidos vêm restabelecendo seus negócios com a Venezuela, talvez a principal vítima dos embargos comerciais históricos do Tio Sam depois de Cuba.
Não é exatamente uma beatificação, mas uma maneira discreta de “ressignificar” a Venezuela, resgatando-a do tal Eixo do Mal.
O petróleo, sempre ele, é o responsável pela distensão. Com as sanções contra a Rússia, cerca de 400 mil barris deixaram de chegar por dia ao país – 10% do que o Canadá, principal mercado exportador, fornece aos Estados Unidos.
Segundo a agência Reuters, dois fundos de investimento formaram uma joint-venture com um grupo baseado em Caracas que mantém participação acionária em área de exploração de petróleo no leste da Venezuela há duas décadas.
O esforço “será benéfico para os interesses estadunidenses na região e para a economia do país, já que deve diminuir o preço dos combustíveis para os consumidores”, disse Matt Maloney, do fundo Gramercy, um dos envolvidos na operação.
Joe Biden manteve o embargo levantado por seu antecessor, Donald Trump, contra a estatal de petróleo venezuelana PDVSA, o que não constrange, os negócios da joint. Pelo contrário, dá octanagem para o acordo.