Marília Arraes

Marília Arraes || Crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Apoio à candidata ao governo de Pernambuco é razão de expurgo de filiados do PT do estado, em movimento que lembra piores momentos do partido ao longo da redemocratização

Apenas por manifestar apoio à candidatura de Marília Arraes (Solidariedade) ao governo de Pernambuco, onze filiados do PT foram expulsos da sigla. Marília, que esteve no PT até outro dia e manifesta dia sim, dia sim, seu apoio a Lula, viu-se barrada em suas pretensões políticas por fazer oposição em seu estado ao PSB, que governa Pernambuco (e Recife), e formou coligação nacional com o PT.

O PT quer que seus filiados em Pernambuco façam campanha por Danilo Cabral (PSB), que nas pesquisas de intenção de voto aparece bem abaixo de Marília, a líder.

É duro, mas há horas em que a política exige um pragmatismo que valoriza os acordos de ocasião à fidelidade de toda uma vida.

Em 2020, Marília já havia experimentado uma campanha agressiva, digna do mais retinto bolsonarista, quando perdeu a eleição para seu primo João Campos (PSB).

Dissidências do PT ao longo das décadas foram responsáveis por forjar novos partidos, como o Psol. O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), uma ex-estrela do Psol, agora, curiosamente está no PSB – e é pelo PSB que ele é candidato ao governo do Rio, sob auspícios da coligação Lula-Alckmin.

Sei lá, mil coisas, diria o famoso personagem do Cacá Rosset.