“A gente não deveria estar falando de assédio”, diz nova presidente da Caixa

Daniella Marques || Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

Daniella Marques faz sua entrada no grande círculo bolsonarista ao conceder entrevista para TV Record; “rigor” e “seriedade” orientarão investigação de denúncias contra antecessor

A nova presidente da Caixa, Daniella Marques, fez sua entrée no grande mundo da política neste domingo (3), ao conceder entrevista para um dos pravdas do governo Bolsonaro, a TV Record.

Exatamente porque seu antecessor, Pedro Guimarães, foi afastado por denúncias múltiplas de assédios sexual e moral, Daniella se viu obrigada a falar principalmente sobre esse tema em sua primeira apresentação à grande audiência como chefe da decana instituição.

Ao semanário Domingo Espetacular ela garantiu que o caso Pedro Guimarães, que se notabilizou por ser o principal escada das lives das quintas-feiras de Bolsonaro, será investigado. “Asseguro que tudo será feito com independência, rigor e seriedade, e, se realmente for comprovado, todas as punições cabíveis serão feitas”, disse.

“A gente não deveria estar falando de assédio. Metade das mulheres do Brasil são vítimas de assédio no trabalho, então a Caixa, que sempre foi o banco de todos os brasileiros, daqui para a frente, e tenho aprovação de todos os órgãos internos para isso, e vai ser a mãe da causa das mulheres. Não é aceitável que haja violência contra mulher”, disse.

Daniella também falou de financiamento aos pequenos negócios talvez a principal raison d’etre da Caixa. “Qual é a maior alavanca de transformação social? O empreendedorismo. Todos os programas sociais são contratados pela Caixa, mas, além de assistência, queremos dar independência com apoio ao microempreendedorismo”, disse.

A propósito, os valores da instituição, expressos em seu site, são os seguintes: “ética’, “foco no cliente”, “integridade”, “meritocracia” e responsabilidade socioambiental”.