Financista que ficou famoso ao antever derrocada do mercado hipotecário em 2008 vê movimento da Tesla, que cortou mão-de-obra de fora de suas fábricas, ampliar-se pelo país
Tendo sua história sido levada ao cinema em A grande aposta, filme com o ator Christian Bale, Michael Burry é um dos sujeitos que apostou contra o mercado hipotecário dos Estados Unidos quando ninguém ainda imaginava o que estava para acontecer em 2008.
Fundador da gestora Scion Asset Management, ele faz suas previsões e alertas fúnebres por meio da conta de Twitter em que assina como Cassandra B.C., como a profetisa grega. Egolatria pouca é bobagem.
Nesta semana, Burry comentou o fechamento da unidade da Tesla de San Mateo, na Califórnia, que atingiu cerca de 10% dos trabalhadores da montadora. Os 200 degolados não trabalham no chão de fábrica, mas ajudavam a dar forma ao sistema de direção autônoma desenvolvido pela montadora de Elon Musk.
Para Burry, os trabalhadores de escritório, conhecidos nos Estados Unidos pela expressão “white collar worker”, sofrerão com brutal redução de vagas no mercado, além de perdas salariais.
No Twitter, pontificou: “Os white collar provaram sua redundância durante a Covid-19”.
Já os “blue collar workers”, os caras da produção industrial, ganharão espaço. Ao comentar sobre as demissões em San Mateo, Musk também disse que aumentará o número de horas/homem avulsas em suas unidades industriais.
I see a bifurcated labor market developing as unskilled and semi-skilled remain in short supply, but white collar workers, having proven their redundancy during COVID, will find gross excess in the labor market, pressuring wages at the end. https://t.co/jak9utVRKM
— Cassandra B.C. (@michaeljburry) June 29, 2022