Gilmar Mendes socorre Fachin nas urnas eletrônicas e descasca Fux

Gilmar Mendes, Edson Fachin e Luiz Fux || Crédito: Nelson Jr./SCO/STF

Ministro do STF se solidariza com colega à frente do TSE no ataque de Bolsonaro às urnas eletrônicas; em evento para investidores em São Paulo, presidente segue no nhe-nhe-nhem habitual contra STF

O ministro do STF Gilmar Mendes resolveu falar sobre as urnas eletrônicas, talvez para não deixar o colega e atual presidente rotativo do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, recebendo as bordoadas de Jair Bolsonaro sozinho.

Em evento na segunda (13), no Rio de Janeiro, Gilmar falou, como registrou a CNN brasileira, que “nosso problema não está no voto eletrônico”, mas ele pode estar “na liberdade de voto”.

“Se eu tenho uma comunidade que é dominada pela milícia, pelo tráfico, obviamente que a liberdade de voto não existe. Mas isso não é problema da urna eletrônica. O problema político brasileiro nunca foi e não será a urna eletrônica. Estou seguro disso”, falou.

A declaração acabou um tanto escamoteada na imprensa por Gilmar ter, no mesmo dia, descascado o colega Luiz Fux, atual presidente do STF, que, notório lavajatista, disse na sexta (10) que “ninguém pode esquecer” que houve corrupção no Brasil, citando em seguida o Mensalão e as malas de dinheiro do ex-deputado federal baiano Geddel Lima.

Gilmar reafirmou fé no garantismo e replicou: “Ninguém discute se houve, ou não, corrupção. O que se cobra é que isso seja feito seguindo o devido processo legal.”

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Em evento do mercado de investimentos nesta terça (14) em São Paulo, Bolsonaro não falhou e, novamente em discurso, digamos, generalista, atacou dezenas de pessoas, incluindo Fachin. “Parabéns, ministro Fachin, tremanda colaboração com narcotráfico, com a bandidagem de maneira geral”, disse o presidente, aludindo à obigação da interrupção das operações da PM nos morros do Rio durante a pandemia.

Logo em seguida entabulou ataque ao marco temporal, novamente identificando em Fachin o sujeito que dificulta seu dia a dia no Executivo.