Fernando Collor

Fernando Collor || Crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Primeiro presidente impichado da redemocratização lança pré-candidatura a governo de Alagoas evocando Bolsonaro e o patriotismo de ocasião de seu arco político

O arco conservador que (ainda) apoia a candidatura Jair Bolsonaro em outubro está ganhando um collorido ainda mais divertido. Abrigados no PL de Valdemar Costa Neto, ex-deputado federal condenado pelo STF no Mensalão, o escândalo petista tantas vezes lembrado pelos adversários do PT, o presidente da República, diversos parlamentares e boa parte de seus apoiadores se mexem em busca de palanques nos estados para viabilizar suas candidaturas.

Em Alagoas, Bolsonaro acaba de ganhar o apoio oficial do senador Fernando Collor (PTB), que anunciou nesta terça (14) sua pré-candidatura ao governo de Alagoas.

(Ele pode acabar abrindo mão do pleito em favor do nome preferido do novo imperador alagoano, Arthur Lira, presidente da Câmara Federal e braço direito de Bolsonaro no Legislativo. O “cara” de Lira em Alagoas é o senador Rodrigo Cunha, da União Brasil.)

Ainda que revele-se efêmera a pré-candidatura sabe a anos 1980, quando o famoso ex-caçador de marajás apareceu para o país como governador de Alagoas e, mais tarde, em 1989, candidato a presidente na primeira eleição presidencial direta em 29 anos, desde aquela vencida por Jânio Quadros, o Breve, em 1960. Houve um golpe militar que se perenizou por duas décadas e meia no meio.

Em 1989, Collor, assim como Bolsonaro faria 29 anos mais tarde, fez uma campanha baseada numa certa “nova política”, ainda que, como o atual chefe do Executivo, o oligarca das Alagoas fosse de família política tradicionalíssima.

Mas voltemos a 2022. Disse Collor nesta terça (14): “Minha pré-candidatura nasceu com apoio de Jair Bolsonaro, que é o presidente do Auxílio Brasil, do auxílio pandemia, do Vale Gás, do programa Casa Verde e Amarela, da transposição do Rio São Francisco, do apoio ao agro e da agricultura familiar.”

Collor se disse ainda alguém que “gosta de gente” e um “governador de todos”.

Ele também mergulhou naquele conservadorismo de ocasião, mencionando Deus, pátria, família, verde-amarelo etc. etc. etc.