Trumpista de 18 costados, Jair Bolsonaro resolveu beijar a imagem de alguém que ele um dia entendeu mais ou menos como a encarnação do Belzebu — Joe Biden. Nesta quinta (9), em Los Angeles, em sua chegada à Cúpula das Américas, o presidente brasileiro subitamente se converteu aos bons modos diplomáticos.
Mas nem mesmo admitindo a repórteres que “Trump é passado”, e nem mesmo tentando estabelecer uma nova relação com os Estados Unidos sob Biden, ele deverá conseguir mudar sua imagem pau de galinheiro aos olhos dos países desenvolvidos.
Seja como for, na ausência do presidente mexicano, Lopez Obrador, Bolsonaro até que serviu bem aos propósitos de Biden. Bolsonaro atuou como escada — mais ou menos o que faz Pedro Guimarães, presidente da Caixa, pelo próprio Bolsonaro nas lives presidenciais das quintas-feiras.
Nada importante ali foi costurado, mas não ficaria bem para “Sleepy Joe” se os presidentes dos dois maiores países a sul do rio Grande ficassem de fora.
Nesta sexta (10), Biden deverá divulgar um pacote de bondades para os migrantes que cruzam todos os dias e todas as noites a fronteira do México com os Estados Unidos em busca de alternativas de trabalho — e dólares.
Segundo informou a agência de notícias Reuters, Biden empenhará US$ 0,3 bilhão para facilitar a entrada em seu país de venezuelanos, haitianos e cubanos que tenham parentes vivendo nos Estados Unidos. É disso que se trata a Cúpula.