Foi mais ou menos como se um ministro do STF pedisse vista em uma votação e o assunto só voltasse ao plenário dez anos depois. A recente decisão da União Europeia em determinar que empresas com mais de 250 funcionários tenham conselhos de administração formados por pelo menos 40% de mulheres demorou uma década para ser sacramentada.
Demorô, como diria o carioca, mas antes tarde do que nunca. O dispositivo, chamado autoexplicativamente de Women on Boards, deverá aplainar as discrepâncias de equidade nas organizações dos quase 30 países da União Europeia. Chipre tem a pior taxa, de apenas 8,5% de mulheres em conselhos de empresas.
O Brasil poderia se espelhar na decisão, e há bastante gente engajada no tema, como a empresária Luiza Trajano e o grupo Mulheres do Brasil, mas há cabeças em Brasília que imaginam que tal diretiva talvez afrontasse o que entendem como “liberdade econômica”.