Candidato presidencial do Podemos, o ex-consultor a soldo da transacional Alvarez & Marsal Sergio Moro pode não ser exatamente o candidato dos sonhos dos integrantes do partido.
Reportagem arguta do jornalista André Vieira publicada no jornal Valor Econômico desta quinta (10) especula sobre um possível movimento de desembarque do ex-ex-ex do Podemos para o recém-oficializado pelo TSE União Brasil.
O União, como se sabe, é a junção dos antigos DEM e PSL. O partido tem hoje o maior número de parlamentares do Congresso Nacional e, como tal, direito à maior verba do fundo eleitoral. Claro está que haverá defecções, provavelmente dos apoiadores de Jair Bolsonaro, mas elas não devem impactar expressivamente a quantidade de dinheiro público que a agremiação terá direito de usar nas eleições.
No caso do Podemos, que conta com verba eleitoral bem menor, custear uma campanha majoritária é espeto. Segundo a reportagem, a campanha do ex-ex-ex custaria cerca de metade de toda a verba eleitoral destinada à sigla, sobrando muito pouco para as campanhas para parlamentos e governos estaduais.
Ao Valor, o ex-ex-ex rechaçou a manobra. O partido, em nota oficial, seguiu pelo mesmo caminho.
Até este momento o União Brasil fala em não ter um candidato a presidente, facultando a seus candidatos aos governos dos estados apoiar quem melhor lhes aprouver – e isso significa Bolsonaro em alguns estados, Lula em outros. Outra discussão é uma possível aliança com o MDB, mas não necessariamente para apoiar a pré-candidata a presidente, a senadora Simone Tebet (MS).
Como diria Cacá Rosset em seu personagem famoso, sei lá, mil coisas.