Um dia, no futuro, quando deixarem de ser produzidos os milhares de documentários sobre a resposta brasileira à pandemia da Covid-19, alguns personagens devem cair no ostracismo. Alguns por (de)méritos próprios, como Eduardo Pazuello, Ricardo Barros e Marcos Tolentino, outros em razão da inexorável diminuição do espaço que será dado ao assunto nos meios de comunicação.
O gaúcho João Gabbardo, hoje coordenador-executivo do Comitê Científico da Covid-19 do governo de São Paulo, ficou conhecido por aparecer com Henrique Mandetta (alguém se lembra?), primeiro ministro da Saúde a ser defenestrado por Bolsonaro, nas entrevistas coletivas que marcavam as primeiras semanas da doença no Brasil.
Nem Mandetta nem Gabbardo, como se sabe, compraram a “narrativa” negacionista de Bolsonaro e sua entourage e p,ediram o boné – ou foram compelidos a isso.
Nesta segunda (7), Gabbardo apareceu para dar notícias menos alarmantes aos brasileiros, especialmente aqueles que vivem nas metrópoles. Disse que a dinâmica das intermináveis ondas da doença é sua interiorização. Com isso, explicou que a variante Ômicron já fez o estrago que tinha de fazer nas capitais. À CNN brazuca, Gabbardo falou que já se percebe “redução nas internações” [nos hospitais das capitais], “enquanto o indicador mais distante é número de óbitos”.
Disse também que dificilmente a subvariante que dominou os casos na Dinamarca irá perturbar os brasileiros. “Apesar de uma capacidade de transmissibilidade maior que a própria Ômicron, tem sintomas leves. Com nossa população quase totalmente vacinada, não imaginamos que possa trazer consequências para a saúde publica.”
Evoé.