O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, incorporou à perfeição a figura proverbial do “bad cop”, o “policial mau”, aquele cuja tarefa é fazer a parte, digamos, suja do trabalho. Mesmo quando executivos da própria instituição que lidera apontam a possibilidade de a variante Ômicron do SarsS-CoV-2 tornar-se endêmica em diversos lugares do mundo e com isso a Covid-19 virar uma espécie de gripe, Tedros coloca 1 milhão de condicionantes na conversa.
“Há diferentes cenários de como a pandemia irá se desdobrar e como sua fase aguda irá terminar. Mas é perigoso assumir que a Ômicron será a última variante ou que nós estamos no fim do jogo”, disse o grego nesta segunda (24), em encontro com seu board. “Ao contrário, globalmente as condições são ideais para mais variantes emergirem”, concluiu.
No dia anterior, Hans Kluge, diretor da OMS para Europa, viu como pertinente a ideia de que a Ômicron possa ser a última variante da pandemia de Covid-19 no continente. Uma no cravo, outra na ferradura.