O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), não se escondeu por trás de frases de duplo sentido ou ambiguidades para esclarecer, em entrevista a Folha de S.Paulo, que a seu partido interessa estar com Lula e o PT nas eleições de outubro.
“Há um entendimento hoje majoritário no partido da importância de apoiarmos a candidatura do ex-presidente Lula em 2022, inclusive uma posição que eu defendo. Tenho um otimismo grande de que será possível fazer essa aliança no âmbito nacional e continuarmos discutindo questões locais. Mas as questões locais não podem nunca ser impedidoras de uma ação maior que, no entendimento hoje, é estarmos muito unidos em favor do Brasil em torno da candidatura do presidente Lula.”
Ou, traduzindo em miúdos, se o PT bater o pé por Fernando Haddad como candidato da possível coligação PT-PSB ao palácio dos Bandeirantes, Márcio França talvez tenha de engolir um sapo (barbudo).
Câmara, que finaliza seu segundo termo à frente do governo de Pernambuco, chegou a considerar na entrevista que o PSB pode inclusive não estar à frente da provável coligação com o PT em seu estado. O PT já lançou a pré-candidatura do senador Humberto Costa, de bastante destaque na CPI da Covid, ao palácio do Campo das Princesas. Perguntado se vê alguma possibilidade de o PSB abrir mão da cabeça de chapa, ele não foi totalmente lapidar:
“Em princípio não. O nosso desejo para 2022 é que o candidato ao Governo de Pernambuco seja do PSB.”