Em repeteco dir-se-ia macabro da rotina monótona de 2020 e 2021, o governador paulista João Doria voltou a estrelar a coletiva de imprensa das quartas-feiras no palácio dos Bandeirantes. O aumento cavalar do número de paulistas contaminados com a Covid-19 levou Doria a novamente protagonizar a mise-en-scène bastante conhecida de tempos atrás.
O governador e presidenciável indicou logo na abertura que ele e sua equipe iriam falar sobre cinco temas: vacinação de crianças em São Paulo, compra de um lote de novos 2 milhões de testes rápidos de Covid-19, novas recomendações para restrições de eventos públicos e, para não perder o bonde da campanha presidencial, aumento de investimentos privados no estado e entrega de novas viaturas para a PM e para o corpo de bombeiros – alguns dos novos carros ficaram no estacionamento do palácio à disposição das câmeras e dos celulares dos repórteres.
O secretário do estado da Saúde, o infectologista Jean Gorinchteyn, primeiro a falar, abriu sua peroração dizendo que São Paulo fez o maior número de testes de Covid-19 do Brasil, cerca de 22,4 milhões, e aproveitou para anunciar a compra de outros 2 milhões.
Doria não quis decretar unilateralmente a restrição de eventos públicos no estado, transferindo aos municípios paulistas a responsabilidade por isso. Uma exceção, revelada apenas durante a sessão de respostas aos jornalistas, deverá ocorrer no começo dos jogos do campeonato paulista de futebol, que terá de seguir a determinação de redução de 30% de público.