João Campos

João Campos || Crédito: Najara Araújo/Câmara dos Deputados

Muito jovem prefeito do Recife aspira grandeza de seus ancestrais políticos ao se aproximar de Lula, buscar ubiquidade no Twitter e sugerir agenda para a esquerda brasileira

Sua acirradíssima eleição, em 2020, não foi isenta de ataques abaixo da linha da cintura de sua adversária, a prima deputada federal Marília Arraes (PT). Mas o muito jovem prefeito do Recife, João Campos, de 28 anos, parece querer deixar uma marca não só na capital pernambucana como no clã político de que é egresso – onde refulgem o bisavô Miguel Arraes e o pai Eduardo Campos, ambos ex-governadores de Pernambuco.

João Campos esteve com outros nomes importantes do PSB no jantar de domingo (19) que celebrou o encontro de Lula com Geraldo Alckmin e, em muito recente entrevista ao jornal O Globo, tocou em assunto fundamental para a pauta da esquerda em 2022: o predomínio – ou não – das questões identitárias.

“Os problemas e as soluções do Brasil não estão nessas pautas puramente identitárias ou ideológicas. O que a gente precisa é tirar o debate desse campo. Quando Bolsonaro quiser levar para esse lado, não temos que gastar energia. Deixa ele falar. Bolsonaro é bom de polêmica e confusão, mas não de política pública. Temos que falar de segurança pública e mobilidade urbana, por exemplo. Na educação, o problema não está nesse debate ideológico que gera likes. Temos 63% das crianças fora de creches, um volume grande de jovens abandonando a escola na pandemia. Nem a esquerda nem a direita podem desvirtuar esse debate.”

Por fim, quem segue o prefeito por meio de sua conta no Twitter talvez fique em dúvida se o sujeito que aparece nas postagens é João Campos ou santo Antônio, tamanha a capacidade do pernambucano de estar em tantos lugares (quase) ao mesmo tempo. Nestes últimos três dias, foram cerca de 20 postagens. Campo das Princesas, 2022, lá vou eu.