O esforço do ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo de empresas que ele mesmo julgou Sergio Moro em se viabilizar eleitoralmente é notável. Depois de fazer um roadshow pelo Brasil para lançar seu livro de confissões – que, diferente das de santo Agostinho parecem bem pouco tocadas, digamos, pelo espírito –, o sujeito chega nesta sexta (10) ao mainstream: vai falar às 21h ao podcast Flow.
Pelos vistos, foi um convite feito de última hora.
O ex-ex-ex vem tendo oportunidade de afinar o discurso, mas ele continua falando para audiências dulcíssimas, que não se pejam em aplaudi-lo de pé, e, com isso, não treina para a divergência. Por isso, talvez ele mais à noite tergiverse se pedir para comentar a definição que o ministro das Comunicações, Fábio Faria, fez dele em entrevista desta sexta ao jornal Valor Econômico:
“Ele é o Bangu que entrou no meio do Fla-Flu.”
“Ele tem uma única pauta. A marca que foi do Moro de quando foi ministro foi uma só: traição. (…) Você já viu o Moro em alguma entrevista falando alguma realização dele no ministério? Ele fala mal do Bolsonaro e fala mal do Lula” [o “Fla” e o “Flu” da metáfora do ministro].
Faria, em seu bolsonarismo retinto de ocasião, aproveitou para atirar em mais um coelho com a mesma caixa d‘água:
“É igual ao Doria. Ele foi executivo e não entregou nada.”
Não esperemos a réplica do ex-ex-ex.