Ex-grande nome do PSDB, o governador gaúcho Eduardo Leite exigiu de João Doria, seu adversário na gincana doméstica do PSDB toda sua artilharia e expertise em guerras fratricidas.
Com isso, a candidatura presidencial da sigla, mesmo que em 2022 mostre-se completamente inviável diante de competidores mais graúdos, acabou indo para o atual titular do Bandeirantes. Leite, por sua vez, foi devolvido a seu próprio labirinto.
E esse labirinto é seu discurso contra a reeleição, que o gaúcho se sentiu compelido a reiterar durante as muitas semanas de autofagia tucana deste 2021.
Assim, Leite tem poucas opções eleitorais, já que segue a dizer que não deixará o Piratini antes do fim de seu mandato, daqui a 13 meses, a fim de se desincompatibilizar e concorrer, por exemplo, ao Senado.
Uma dessas opções seria deixar o PSDB e engrossar o cordão do ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo de empresas que ele mesmo julgou Sergio Moro, quem sabe como candidato a vice-presidente. Um encontro deve já acontecer neste fim de semana, aproveitando a presença do ex-ex-ex e da presidente do Podemos, deputada Renata Abreu, na convenção do diretório gaúcho do Podemos no sábado (4).
Seria uma quebra de discurso, mas sempre se poderá dizer algo como “pelo bem do Brasil”, “projeto que faça sentido” etc.
Caso queira realmente honrar o que disse, sobra a Leite o… lobby.
E isso é bem palpável: o governador tem sido procurado por setores da indústria para representar seus interesses em Brasília, como já fazem outros notáveis, como o ex-senador Romero “Com Supremo com tudo” Jucá.